Quem não gosta de Tuê é carta fora do baralho.

Dez Centavos
2 min readJun 12, 2024

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Sempre me impressionam as experiências que só fazem sentido de se vividas. Apesar de ser muito fã de trap, também sou grande hater do gênero, nada contra artistas que fazem suas músicas, ou as temáticas em si adotadas, mas sinto cansaço toda vez que passo muito tempo ouvindo. Por isso escolho alguns artistas para ouvir por dia, quando quero ouvir álbuns e fico em mixes/playlists aleatórias quando só quero desligar.

Desde 2016 incentivo meus amigos a ouvirem as minhas músicas preferidas, no início com certo receio e vergonha, talvez por atrelar meus gostos à minha personalidade, mas também por reconhecer certas coisas como nichos culturais. Apesar de ser bem ambígua a linha entre não gostar por ser ruim e não gostar por ser parte de um movimento, sempre vale o risco porque: eu gosto.

Nesse ritmo, acabei me afastando do trap nacional, certas coisas soavam como músicas que já ouvi 5 anos atrás, outras sem personalidade alguma e muitas vezes só era ruim mesmo;

Hoje temos monstros como Sidoka, Jé, Ryu, the Runner, Vulgo FK, Ebony, Tasha & Tracie, AJuliacosta; trazendo mistos de referências, vozes e flows em diferentes estéticas de beats com influências fortes de músicas brasileiras, mas eu nunca tinha me conectado com um dos maiores/mais populares do Brasil: Matuê.

E estava tudo bem assim, sei que ele é o preferido dos streamers de jogos online, sei que ele tem uma fanbase gigante de sub20, então eu gostar ou não faz diferença alguma para o homem.

Ano passado, de última hora, no último lote, fui convencido a ir num festival de Trap que aconteceria no final de semana seguinte. Estava empolgado, sem grandes expectativas, imaginava já saber exatamente o que iria receber.

Todas as pessoas no público eram mais novas, fiquei impressionado com o tamanho de fãs que o Vulgo tem, vi Hypiranhas servindo whisky na boca da galera e foi assim, pequenas empolgações aqui e ali, vivendo o dia.

Até chegar o show do Matuê. O maluco é absurdo ao vivo, produção, personalidade, condução de plateia, repertório. Da primeira à última música eu fui fã. Ali eu finalmente entendi o apelo, o quanto é divertido fazer parte de um momento, mesmo pegando o movimento passando; nada daquilo parecia real. A emoção não se repetiu por streaming, continuo sem ouvi-lo com frequência, mas sei que ele é bom.

Espero ter mais opções de me provar errado e descobrir coisas que já são fenômenos, não tenho ambição de ser hipercrítico ou parecer entendido de qualquer assunto, preciso me propor a viver e é isso.

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